segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Primeiro ultrassom

Acordamos cedo, 8h já estávamos na recepção da clínica para fazer o ultrassom. O médico se atrasou e a sala de espera ficou cheia. Fiz xixi. Depois fiz xixi de novo. E aí vi uma senhora muito mal educada reclamando e perguntando por que eu seria atendida na frente dela se eu havia acabado de chegar. Que mentira! Que audácia! Acordei cedo, minha senhora. Você tem noção do que isso significa? (Sim, querida leitora, isso é ansiedade!).

De repente, ouço: "- Sra. Ana Carolina? Pode vir!". Meu Deus, penso comigo. É agora. Com um pouquinho de vergonha e cheia de expectativas, entrei na sala de ultrassom. Tirei a roupa, me deitei na maca e assim que o exame iniciou, você já apareceu. Não que eu tenha entendido (hihihi) porque o primeiro desses exames são tão incompreensíveis como os outros ultrassons que a gente faz durante a vida. O médico confirmou, em um segundo, que você estava ali.

Filho, foi uma emoção tão suave. Acho que sutil como a brisa do mar no fim da tarde. Uma coisa inexplicável. Invade o coração da gente e de repente já estamos com os olhos marejados. Não chorei, mas o seu pai sim. Pegou um lencinho e lá se foram algumas lágrimas.

Saco gestacional, ok! Embrião, ok! Coração... gente, você não tem nem um centímetro e já tem um coração que bate muito, muito, muito rápido. Depois de ouvir você, o médico correu para ver se era só um. Fiquei com medo, mas sabe que vir dois de uma vez não seria má ideia? Mas vamos deixar Deus enviar bebês para outras mamães também, né?!

Nosso primeiro ultrassom foi tão rapidinho, mas deu para sentir que a sala ficou cheia de sentimentos. Uma mistura indescritível de amor, medo, felicidade, realização e uma pontinha de desconfiança. Isso você vai entender mais pra frente porque até agora nem eu consegui digerir esses sentimentos.

A mamãe te ama e te espera de braços abertos por aqui. Ah, o papai também! <3

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O que é ser mãe?

Você sabe o que é ser mãe? Que loucura essa pergunta. Não dá para imaginar o tanto de coisa que esse "cargo" envolve. Com base na nossa própria vida e na convivência com a nossa mãe, até tentamos ter alguma noção do que isso significa, mas será que até o fim dos nossos dias a gente vai ter, pelo menos, uma resposta? Por enquanto, a única coisa que consigo pensar é dedicação. Sei que já aconteceu e estou muito feliz por isso, mas me pergunto todos os dias se saberei abrir mão da minha vida para cuidar da tua. Explico: desde criança, idealizo a vida a dois e a construção de uma família. Imaginei que seria mãe por volta dos 30 anos, com algum dinheiro guardado e com muito mais maturidade. Hoje penso que não sei cuidar nem de mim. De um bebê então. Como seu pai já disse, nada acontece por acaso e prefiro acreditar que durante esses nove meses de gravidez muitas mudanças psicológicas também acontecerão.

Tudo isso que falei, gera muita culpa. Será que é normal? Será que todas as grávidas sentem isso? E o raio do dom materno que sempre falam que a mulher já nasce? É isso? Talvez o tempo responda todas essas perguntas. Por enquanto, o medo tem me acompanhado quase que diariamente e eu estou tentando conviver com isso da melhor forma possível (se é que, depois de se tornar mãe, esse sentimento um dia acaba).

E você, também fica cheia de dúvidas e medos?

Agora sou mãe, mas eu já fui desse tamanho!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sentimentos

Sexta-feira de Carnaval. Antes de você chegar nesse mundão, mamãe já avisa que todo ano é a mesma coisa: gostaria de ser abduzida durante estes quase seis dias. Só eu acho que todo mundo fica enlouquecido e sem noção da vida?! Eu hein, sai daqui povo louco.

Os dias seguintes à descoberta foram marcados por uma mistura muito doida de sentimentos. Eu fiquei ansiosa. Eu tive medo. Eu senti amor. Eu tive medo. Eu fiquei feliz. Eu tive medo. Sabe, eu e seu pai não somos como aqueles casais que programam tudo em uma planilha do excel, que guardam dinheiro e que conseguem fazer tudo. A gente deixa a vida acontecer e sempre falamos que se fosse a hora de você vir, Deus te enviaria. E assim, sem planejamento, você chegou.

Descobrimos a gravidez bem no comecinho, com apenas cinco semanas. Só para você ter ideia, hoje faz cinco dias que você entrou nas nossas vidas para sempre. Cinco. CiNcO. cInCo. CInCO. Gente, só isso? Já sonhei muito durante essa semana. Já dei muita risada com algumas amigas. Já tentei adivinhar se você é menina ou menino. Mas nada se compara ao surto que tive na hora de dormir. Chorei e chorei muito pensando na possibilidade de perder você. Seu pai se assustou e tentou me acalmar: "Amor, vai dar tudo certo. Nada acontece por acaso", ele disse centenas de vezes.

Nem me sinto grávida e muito menos mãe, mas já estou com o coração apertado pensando na possibilidade de alguma coisa dar errado. (Leitoras, desculpem a franqueza e por estar falando nisso, mas dói só de imaginar). Meu único desejo é que essas 40 semanas passem voando e você chegue por aqui perfeito, cheio de vida e com muita saúde.

Mamãe te ama. Papai também. Um cheiro!

Oi, somos seus pais! :)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

É você, só você!


Este era para ser um domingo comum, desses que a gente faz almoço para receber as pessoas em casa. Mãe, sogra e cunhada foram nos acompanhar em uma feijoada deliciosa. Esquentei a comida, organizei a mesa, comemos e durante a tarde papeamos bastante. À noite, estava combinado que iríamos comemorar o aniversário do meu pai com uma pizza.

Papo vem, papo vai, minha sogra comenta em voz alta a pequena alteração que tive na menstruação. Eu não contei nada, como ela pode saber? Raphael, é claro! Minha mãe já ficou descontrolada: "você está grávida!". "Que grávida o que, mãe. Estou cheia de problemas hormonais, não vou engravidar tão cedo". Nada convencidas disso, mãe e cunhada saíram para comprar um teste de farmácia, desses que a gente sempre têm certeza que vai falhar. Enquanto elas não chegavam, fiquei tranquila. É claro que não estou grávida.

Elas chegaram e, de sopetão, já foram levando tudo para o banheiro para que eu pudesse fazer o teste. Fiz xixi, coloquei o palitinho que veio na embalagem e fiquei olhando. "Gente, será que estou grávida?" O xixi foi subindo e apareceu a primeira risca. Segundos depois, ali estava a segunda, vibrante e 100% certa: gravidez confirmada.

Fiquei atônita. Não é possível. Saí correndo do banheiro e nesse clima de expectativa e tensão corri para mostrar o resultado. Mas que gritaria, afe. Mulherada doida. "Rapha? Raphael? Amor, deu positivo. E agora?" Ele, que já estava trancado no outro banheiro, ligou o chuveiro e ficou mudo. "Será que ficou triste? Eu hein".

Mais tarde, fomos celebrar o aniversário do meu pai. Pedimos uma pizza na casa da minha avó e, assim que alguns foram embora, contei a novidade. "Gente, calma, amanhã vou fazer o de sangue para ter certeza". Entre lágrimas e abraços, senti medo, amor, felicidade, expectativa. Ainda parece mentira. Ainda não me sinto grávida. Ainda não percebi nenhuma mudança no corpo. Ainda não acredito, mas sei que você está aqui dentro de mim e além das mudanças físicas, chegará nesse mundão acompanhado de transformações a nossa volta.

Beijos da mamãe! <3

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Plumeria


De repente, encontrei com a saudade da infância.
E me lembrei de como era tomar lanche no pátio da escola.
De sentir o cheirinho da lancheira só de mexer um pouquinho no fecho.
De sair e ver a calçada forrada de florzinhas, pegar uma e oferecer para a minha mãe que foi me buscar lá no portão.

Com amor,
Carol Cedano ♥